quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Andiroba Como Repelente


Andiroba- um dos repelentes ecológicos de combate à dengue e outros insetos transmissores de doenças

Andiroba


Carapa guianensis, também chamada de Karaba ou Crabwood) é uma árvore alta, frondosa, bonita, de folhas alongadas, com pequeninas flores brancas. É característica da região amazônica e dos solos úmidos de toda a região em especial no Amapá, Acre e Pará. Seu tronco pode chegar a 1,20 m de diâmetro e a sua madeira é uma das melhores para todo o tipo de construção, inclusive naval, por uma razão curiosa: a andiroba é inatacável por insetos. Suas sementes são usadas há muitos séculos contra picadas venenosas de cobras, escorpiões, abelhas e aranhas. Dão um óleo que não só espanta mosquitos como trata das picadas – além de servir contra vermes, protozoários, artrite, reumatismo, inflamações em geral, infecção renal, hepatite, icterícia, e outras infecções do fígado, dispepsias, fadiga muscular, dores nos pés, resfriados, gripes, febre, tosse, psoríase, sarna, micose, lepra, malária, tétano, herpes e úlceras graves. É adstringente e cicatrizante de efeito rápido, bom para a malinha de primeiros socorros. As folhas e a casca são usadas para fazer um chá que tem poderosa ação diurética e limpa rins e bexiga. É carrapaticida. Parasiticida. Está sendo testado para câncer.

Os índios Mundurukus usavam o óleo de andiroba para mumificar a cabeça dos inimigos. Os Wayãpi e Palikur, entre outros, usam o óleo para remover carrapatos e piolhos. Também funciona como solvente para extrair os corantes vegetais de pintar o corpo. Mas foi o uso medicinal da andiroba que se espalhou por Guatemala, Peru, Colômbia, Panamá, Trinidad, Venezuela, Brasil. O óleo de andiroba bruto tem consistência de banha, tanto que é chamado de azeite na região norte. Seu nome vem do tupy-guarani "andi-roba", gosto amargo, e o cheiro de seu óleo é também acre e perturbador. O método de extração artesanal é muito primitivo, mas funciona: as sementes que caem das árvores ficam boiando nos rios e igarapés;são recolhidas, fervidas e deixadas de lado até a casca apodrecer; aí são espremidas no tipiti. Cada árvore dá 200 quilos de sementes por ano, e 6 quilos de sementes dão 1 litro de óleo de andiroba. E o bagaço dessa extração toda é lixo? Não: do bagaço são feitas bolas que ficam queimando para afastar os insetos. E foi assim que começou a pesquisa da Vela de Andiroba. O químico Luiz Roberto Barbosa Morais que na época, 1996, atuava no Amapá resolveu misturar a fase solida de andiroba que faz parte do processo produtivo industrial do óleo em parafina, daí surgia a vela de andiroba, Nº do Pedido INPI: PI9706610-9 B1, largamente divulgada na grande epidemia de dengue de 2001 inclusive sendo fabricada em larga escala pelo laboratório estatal LAFEP, não se tornou uma boa alternativa devido a disputa pela patente entre a empresa detentora do pedido de patente, na ocasião de propriedade do químico Luiz Morais e Fundação Oswaldo cruz que mesmo sem ter a patente cobrava pelos direitos autorais, as empresas ficaram desconfiadas em produzir e ter um problema de quebra de patente para resolver, e com a diminuição dos casos a vela passou a ser um produto utilizado apenas pelos adeptos de produtos naturais.

A vela de andiroba é usada como repelente, sua queima não produz fumaça tóxica ou fuligem, não tem cheiro e a matéria- prima vegetal tem origem certificada pelo IBAMA. Resultado de pesquisas realizadas na Fiocruz o dispositivo na forma de vela é capaz de volatilizar substâncias presentes na semente de andiroba, limonoides que ficam mais na fase sólida da semente de andiroba (Carapa guianensis Aublet), durante um período suficiente para afastar insetos hematófagos, como por exemplo, mosquitos dos gêneros Culex, Aedes Anopheles, piuns ou borrachudos (simulídeos). A andiroba é uma árvore muito abundante na região amazônica. O óleo extraído de sua semente é usado tradicionalmente pela população local e pelos indígenas para fricções sobre tecidos inflamados, como repelente de insetos ou fago-repelente (antifeedant). Fago-repelentes são substâncias que quando experimentadas em insetos, inibem de forma permanente ou temporária, na sua alimentação.

O produto, desenvolvido pelo Instituto Far-Manguinhos (da Fiocruz) a partir da fase sólida da andiroba, possui um laudo do Laboratório de Biologia da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro atestando uma eficácia de 100% na repelência do mosquito Aedes aegypti, vetor da febre amarela e da dengue. A patente PI9706610-9 B1 trata de um produto natural obtido no processo industrial de extração de óleo de andiroba para inibir a ação de mosquitos e outros insetos hematófagos. A presente invenção trata de um dispositivo capaz de volatilizar substâncias extraídas da semente e fruto da árvore andiroba (Carapa guianensis Aublet), durante um período suficiente para afastar insetos hematófagos, como por exemplo, mosquitos dos gêneros Culex, Aedes e Anopheles, piuns ou borrachudos (simulídeos). Dentre esses insetos, incluem-se vetores de agentes etiológicos de doenças como a filariose, dengue, leishmaniose, malária e outras. O dispositivo pode estar na forma de vela, lamparina, placa aquecida ou semelhante e compreende meios de aquecimento para volatilizar substâncias repelentes de insetos e composição consistindo de ditas substâncias homogeneamente misturadas em veículos inertes caracterizado pelo fato das substâncias serem os princípios ativos extraídos de semente e frutos da andiroba e estarem presentes na composição em uma concentração de 1 a 30%. Hoje a Amazonoil empresa que produz a faze sólida de andiroba, em um processo totalmente modificado da patente original, produz também tijolos naturais de faze solida de andiroba com alta concentração de limonóides que são aglutinados pela gordura de ucuúba que age como uma parafina vegetal sendo queimado em ambientes abertos, em fogueiras os mesmo em incensários e defumadores com grande capacidade de repelência.

Uma outra forma de inserir a andiroba no cotidiano como repelente foi feita pela empresa NatuScience “Modelo de Utilidade MU8002917 trata do aperfeiçoamento dos repelentes de insetos por aquecimento através de dispositivo sólido capaz de iluminar e volatilizar substância repelente de insetos com eficácia e segurança em áreas externas. A matéria-prima parte do aproveitamento de resíduos industriais de produtos similares, ou parte de planta repelente original, combinado com outras fibras vegetais e misturado de forma homogênea em matéria inflamável inerte através de extração à alta temperatura. O presente modelo se apresenta em formato cilíndrico de 25cm x 30mm com 170 gramas, com invólucro de celulose ( papel específico ), pavio específico, suporte fixador não-inflamável, projetado para 3 horas de queima com ação repelente contra insetos em ambientes ao ar livre, mas podendo variar de formato, peso, dimensões e duração segundo opções de modelos demandados pelo mercado. Os testes científicos da BioTocha de Andiroba estão em andamento com vistas ao seu registro na Anvisa. A NATUSCIENCE recicla 100% de seu resíduo sólido gerado na fabricação da vela de andiroba , criando novos produtos, o que possibilita um aproveitamento comercial e ecologicamente falando, mais racional.

Segundo Regina Villela de Castro, diretora da NatuScience, "esse resultado nunca foi encontrado em qualquer outro produto existente no mercado destinado ao combate do mosquito". Segundo Regina Villela, os fornecedores da NatuSciense são exatamente os pequenos produtores extrativistas da Amazônia. Seguindo a filosofia ecologicamente correta, a empresa utiliza 100% da matéria-prima, industrializando o óleo em várias versões, o bagaço nas velas e os resíduos industriais na fabricação da tocha sólida, utilizada como repelente para áreas externas.

Em estudos, há seis anos, a vela, ao ser queimada, exala um agente ativo que inibe a fome do mosquito Aedes aegypti, causador da dengue e também vetor da febre amarela, conseqüentemente, reduz a sua necessidade de picar as pessoas. Os testes revelaram uma eficiência de 100% na repelência do mosquito, resultado jamais encontrado em qualquer outro produto existente no mercado destinado ao combate do mosquito. Além desta característica, a vela é totalmente atóxica, não produz fumaça e não contém perfume. Com ajuda do Dr. Alfredo de Oliveira, do Núcleo Pesquisa de Produtos Naturais (UFRJ), chegou-se a uma tecnologia, já patenteada, para uma vela que se mostrou excelente repelente de insetos, já em uso em Pernambuco. O produto foi desenvolvido numa parceria com o Núcleo de Pesquisa de Produtos Naturais da Universidade Federal do Rio de Janeiro e executado pelo Laboratório Farmacêutico de Pernambuco (Lafepe), que nem consegue mais atender à demanda.

A análise química da andiroba, realizada no LQPN/PN1/FAR-MANGUINHOS/FIOCRUZ, compreendeu a caracterização dos constituintes químicos do óleo e do bagaço da semente, por meio da extração com solventes de diferentes polaridades. Foram isolados oito tetra-nor-triterpenóides, substâncias que, por analogia com outras espécies descritas na literatura e pelos resultados dos ensaios realizados em laboratório, estão envolvidas no mecanismo de atividade fagorepelente. Os ensaios de eficácia foram realizados com o Aedes aegypti no Laboratório de Biologia do Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais-NPPN/UFRJ, chefiado pelo Dr. Alfredo Martins de Oliveira Filho e com o Culex quinquefasciatus, no Laboratório de Entomologia do Instituto Ageu Magalhães/FIOCRUZ, chefiado pela Dra. Leda Régis. De acordo com os ensaios executados, na medida em que o ambiente se torna saturado com os vapores da vela observa-se aumento considerável de inibição na alimentação dos mosquitos. Obteve-se de 70% a 100% de inibição com a vela à base de faze sólida da semente de andiroba, durante um período de queima de sete dias. Uma vela de 200g oferece proteção contra os mosquitos em uma área de até 10m2 em ambiente fechado ou com circulação moderada de ar, não apresentando efeitos tóxicos, segundo estudos realizados no Laboratório de Farmacologia e Toxicologia da Universidade de Alfenas.

Outras pesquisas com base nos limonoides da andiroba no combate a dengue foram feitas pela bióloga Onilda Santos da Silva, veja a reportagem na integra.

Frente contra a dengue

2/10/2007

Por Murilo Alves Pereira

Agência FAPESP – Um repelente produzido por pesquisadores da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) pode ser uma nova arma no combate à dengue. O produto, que concentra substâncias de três fontes distintas em uma cápsula biodegradável, mostrou-se fatal para as larvas do mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus da doença.

A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo, infectando de 50 milhões a 100 milhões de pessoas anualmente, segundo dados da Organização Mundial de Saúde. No Brasil, de janeiro a julho de 2007 foram registrados cerca de 440 mil casos.

O novo larvicida é uma mistura de substâncias extraídas de duas plantas da família das meliáceas – a andiroba (Carapa guianensis) e o cinamomo (Melia azedarach) –, além de uma terceira substância produzida sinteticamente por pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco.

Segundo a bióloga Onilda Santos da Silva, coordenadora do Grupo de Pesquisa em Imunoparasitologia (Impar) da Unisul, a intenção do projeto é fazer um repelente mais barato, que dificulte a resistência da larva do inseto ao produto e que não acarrete danos ambientais.

"Atualmente, o Bacilus thuringiensis é utilizado com freqüência para matar o mosquito da dengue. Mas as cápsulas com essa bactéria são importadas e muito caras", disse a pesquisadora à Agência FAPESP. Por se basear em substâncias naturais, o novo larvicida teria um custo mais baixo e seria mais viável para o uso da população.

Onilda cita outros produtos sintéticos, como o Temephós, utilizados no combate ao mosquito. Por terem pouca diversificação de substâncias, a droga facilita a criação de resistência pelo inseto. "Alguns desses produtos são muito tóxicos e podem prejudicar animais não-alvos e trazer malefícios à saúde humana", disse.

Os projetos para produzir o larvicida, iniciados em 2006, foram recomendados pelo Ministério da Saúde e contam com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Santa Catarina (Fapesc). A previsão é que sejam concluídos em 2009.

Plantas versus insetos

As propriedades larvicidas são comuns nas plantas da família meliácea (Meliaceae). O cinamomo é utilizado em larga escala na agricultura em países asiáticos e a neem (Azadirachta indica) também é aplicada no controle de insetos. Quanto à andiroba, sua função larvicida foi descoberta pela própria Onilda em uma pesquisa na Amazônia com um grupo de cientistas estrangeiros.

"Agora, trabalhamos com a associação entre o cinamomo, a andiroba e mais uma substância sintética para produzir o novo repelente", explicou a pesquisadora. Segundo ela, o mosquito dificilmente criaria resistência a uma mistura com diferentes substâncias.

Para chegar à mistura ideal, foram testados vários extratos etanólicos, metanólicos e cetônicos. Os pesquisadores aplicaram cada substância nas larvas e selecionaram, para compor o polímero, as que apresentaram maior efeito em uma menor concentração. Entre elas, a azadiractina (do cinamomo) e a andirobina (da andiroba).

"As plantas têm vários limonóides, mas esses dois foram os mais eficientes", afirmou a bióloga. Limonóides são substâncias químicas que possuem, dentre outras propriedades, a função repelente e que são produzidas como autodefesa das plantas contra os insetos.

A intenção é englobar produtos de baixa concentração em cápsulas biodegradáveis, que resistam ao menos uma semana. Gradativamente, as cápsulas se decompõem e liberam o composto no meio ambiente. Onilda faz questão de frisar que as substâncias são inócuas. "Não há problemas, a andiroba é usada em produtos de beleza, e o cinamomo, há tempos, é aplicado na agricultura."”

Encontrada somente no norte da Amazônia, a Andiroba, há mais de um século, é utilizada pelas mulheres que extraem o óleo da semente da fruta da árvore para ser aplicado em articulações sofridas e na pele afetada por picadas de cobra, aranha, escorpião e insetos. Enquanto se dedicam à tarefa de depurar o óleo, fazem bolas de bagaço e as queimam também para afugentar os mosquitos com sua fumaça repelente. As pesquisas foram feitas a partir da observação desta prática.

O óleo de andiroba é utilizado há mais de um século pelas mulheres na Amazônia como cicatrizante, principalmente em ferimentos causados por picadas de cobra, aranha, escorpião e insetos. Enquanto se dedicam à tarefa de depurar o óleo, elas fazem bolas do bagaço e as queimam para afugentar os mosquitos. As pesquisas que resultaram na vela repelente foram feitas a partir desta observação. O óleo extraído da andiroba é utilizado também em cosméticos, como na linha Ekos, lançada no ano passado pela Natura, e como substituto para o óleo diesel na produção de energia. Numa experiência pioneira, a andiroba está sendo usada como fonte de geração de energia elétrica para os moradores da Reserva Extrativista do Médio Juruá, em Carauari (AM). O processo no médio Juruá teve a participação do químico Luiz Roberto Barbosa Morais. Inicialmente era um projeto de valorização da biomassa para produção de Energia Elétrica nas comunidades isoladas daquele rio, sob a coordenação do Dr. Castro da UFAM o projeto resultou na venda de óleos para a indústria cosmética e em uma mudança radical da qualidade de vida dos moradores da Comunidade do Roque. No Acre, uma parceria entre o governo do Estado e o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) resultou no Projeto Ilhas de Alta Produtividade, que promove o enriquecimento de seringais com o plantio de espécies de bom retorno comercial, como a andiroba.

Outro Instituto que pesquisa a ação do óleo de andiroba como repelente é o Centro de Plantas Medicinais do Instituto de Estudos e Pesquisas do Amapá está preocupado em evitar que a população da Amazônia contraia malária. Augusto de Oliveira, 31, diretor do centro, pesquisa repelentes naturais contra o transmissor da malária, o mosquito fêmea do gênero Anopheles. Uma das fontes da pesquisa foram os índios wuaipis, que passam óleo de andiroba no corpo e raramente contraem malária. Usado como vela, o óleo de andiroba conseguiu reduzir em 50% a incidência de Anopheles numa casa, quando comparada com outra em que não havia o repelente.

O método tradicional para produção do óleo de Andiroba é colher as sementes que, após ter caídas da árvore, flutuam no rio. Em seguida, as sementes são fervidas. Depois de duas semanas o óleo é extraído com uma simples prensa chamada "tipiti". O óleo extraído por este processo é um óleo de odor extremamente desagradável devido o sistema de rompimento da matéria celulósica que protege os lipídios seja feita por fermentação, além de perder água muito lentamente faz com que o óleo tenha uma acides muito alta. O óleo de Andiroba é usado pelos indígenas misturado com corante de urucum (Bixa orellana L.) para repelir insetos, e como medicamento contra parasita do pé. A casca é utilizada para o preparo de um chá contra febre, o qual também serve como vermífugo. Transformada em pó, trata feridas e é cicatrizante para afecções da pele. Os caboclos fazem um sabão medicinal com o óleo bruto, cinza e resíduos da casca de cacau. Além de ser empregado na fabricação de sabão, também fornece um ótimo combustível utilizado para iluminação nas áreas rurais. O óleo é muito usado na medicina doméstica para fricção sobre tecidos inflamados, tumores e distensão muscular. Além disso, sabe-se ainda que o óleo da andiroba seja utilizado como protetor solar e a casca e a folha servem contra reumatismo, tosse, gripe, pneumonia, depressão.

O processamento industrial utilizado pela Amazonoil faz com que os limonóides fiquem com uma concentração muito elevada na faze sólida e com uma fagorepelência bem maior. O óleo residual da faze solida extraído por gás supercrítico tem uma concentração de limonóides muito maior do que a borra do processo artesanal, afirma José Victorio Sousa que defendeu sua dissertação de mestrado abordando este tema.

“SOUSA FILHO, José Victorio da Costa. Extração supercrítica do óleo residual da torta de andiroba (Carapa guianensis Aublet ) resultante da prensagem industrial. 2007. 90 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química, Instituto de Tecnologia, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
Orientadora:Nádia Cristina Fernandes Corrêa
Co-orientador: Luiz Ferreira de França”

A pesquisadora Maria das Graças Muller de O. Henriques, do Farmanguinhos/Fiocruz mostrou em julho de 2004, na 56ª Reunião Anual da SBPC, pela primeira vez, o resultado de um pedido de patente depositada no mesmo dia sobre formulação baseada no óleo da semente de andiroba , uma espécie da família Meliaceae. O estudo, realizado ao longo de quatro anos por uma equipe que liderou com mais de 30 colegas, constatou um efeito anti-alérgico e anti-histamínico inédito do óleo extraído da andiroba para uso cutâneo e pulmonar. Os testes feitos para uso cutâneo não revelaram toxidez. Preservada a patente de propriedade do Ministério da Saúde, a indústria será procurada para dar seqüência à fase de ensaio clínico até chegar ao produto final. De acordo com Maria das Graças Henriques, já existem dados suficientes para o desenvolvimento do produto, com risco industrial reduzido, em prazo estimado de seis anos para alergias pulmonares e em menor tempo para a forma tópica (creme). Como contrapartida, será pedida garantia do preço para a população, informa. No Brasil, 80% dos produtos farmoquímicos são importados. Não existe no país o desenvolvimento completo de produtos sintéticos. ‘Esta é uma questão de saúde pública e de economia’, disse Maria das Graças Henriques, que coordena o Departamento de Farmacologia Aplicada do Farmanguinhos/Fiocruz.

A AMAZONOIL é uma empresa do segmento de óleos e gorduras vegetais, que fabrica de óleos fixos e essenciais para uso na indústria de fragrâncias, cosmética e fitoterápica. Os óleos mais utilizados são os da copaíba, andiroba, maracujá, castanha do Brasil, buriti, urucum, açaí, pracaxi, cupuaçu, ucuúba, muru-muru, tucumã amendoa, tucumã polpa, seiva de ucuuba, o sangue de dragão brasileiro, espécies aromáticas e argilas nativas. Sendo comandada pelo Químico e Engenheiro químico Luiz Roberto Barbosa Morais há mais de vinte e cinco anos atuando neste ramo, como pesquisador e empresário foi o grande responsável pela valorização dos produtos ditos hoje da sociobiodiversidade, dando firmeza ao mercado para que produtos fossem lançados em larga escala, com a valorização destes produtos a floresta se mantêm sustentável e inteira o que o mais importante.

A empresa japonesa MORITA MASARU possui uma patente que descreve um Agente repelente para formigas e insetos com utilização do óleo da fruta de Andiroba (JP11349424), enquanto a francesa ROCHER YVES BIOLOG VEGETALE detém uma patente referente a uma Composição cosmética ou farmacêutica contendo extrato de Andiroba (US5958421, CA2235057, JP10287546, EP0872244).

(Fontes : Farmaguinhos- Far FioCruz; FINEP; FAPESP, Natuscience; Amazonoil, Folha do Meio Ambiente, Revista Isto É- pesquisadas em 2002, 2003, 2004

quarta-feira, 15 de setembro de 2010


VOCE JÁ OUVIU FALAR DA TATAÍRA NO AÇAÍ?

A tataíra Oxytrigona tataíra é uma abelha que faz a sua colméia nas copas dos açaizeiros na Amazonia. Bem, creio eu que pela primeira vez as abelhas participaram de um comercial sobre açaí, por que a única vez em que subimos em um açaizeiro de camisas manga compridas é saco na cabeça e quando tem tataíra no açaizeiro.

Até o momento os meus leitores ainda não entenderam aonde quero chegar, pois bem eu explico, a Amazônia esta na direção dos holofotes da mídia nacional e mundial atualmente em função da explosão de consumo do mais variado tipo de produtos naturais que começam a ganhar espaço na mesma, mais especificamente o açaí que esta sendo aplicado nos mais variados setores da indústria, da alimentícia a cosmética, neste embalo uma empresa de cosméticos resolveu colocar na mídia uma propaganda sobre os seus cremes e perfumes de açaí mostrando um “peconheiro” subindo em uma árvore de açaí de camisas manga comprida e calça cumprida e ainda por cima um chapéu na cabeça, sabem quando isso acontece na vida real? Nunca. A não ser que no açaizeiro tenha tataíra, só que o chapéu tem que ser substituído por um saco de ráfia ou sarrapilheira, pois as abelhas aspergem um líquido caustico que queima como fogo, daí também esta abelha ter o nome caga-fogo.

Achei que teria que esclarecer este detalhe pois achei uma falta de conhecimento da empresa que inclusive tem uma fabrica em Benevides no Pará e tem especialista que vem nas comunidades e com toda a certeza já viram a colheita do açaí. Talvez por uma questão do politicamente correto este anuncio esteja sendo veiculado desta forma , porem temos que mostrar fatos verdadeiros e não um conto de fadas, mesmo em comerciais que tenham como objetivo a venda de seus produtos, são destas formas que se divulgam absurdos sobre a nossa região e o pior é que passam a ser verdades, já imaginou uma empresa chegando aqui na Amazonoil e querendo comprar óleo ou extrato glicólico de açaí e colocando como condição para a compra de nossos produtos que os “peconheiros” que nos fornecem açaí trepem nos açaizeiros como os “peconheiros” do comercial. Seria um caos, e seriamos motivos de chacota, seria sim interessante que tivéssemos mais cuidados e proteções contra acidentes de trabalho, inclusive comuns na época da colheita, porem fazemos isso a séculos é a nossa cultura, que em certos casos tem que ser moldada a questões de segurança exigidas pelas leis do mundo moderno, porem veicular na mídia nacional uma mentira não resolve o problema. Já existem plantios de açaí em que são utilizados métodos de mecanização onde o “peconheiro” fica de fora. Será esta a solução? Penso que não, temos que juntar forças e não perder esta oportunidade de exploração e preservação da floresta, procurar métodos em que o “peconheiro” se sinta confortável e seguro e não fora da cadeia produtiva, pois, como sempre digo temos que aproveitar para preservar.

Vejam um peconheiro de verdade. fonte site www.aromasesabores.com.br