UMA FESTA DE FÉ DOS POVOS DA AMAZÔNIA
Nos caboclos do norte, pontualmente
do Pará, estamos em festa. No mês de outubro comemoramos as festividades do Círio
de Nazaré, que acontece em Belém. Círio, uma festa de emoção é luz, que
acontece dês de que uma imagem da Nossa Senhora de Nazaré foi encontrada pelo
caboclo Plácido, em um igarapé que existia, onde hoje, se encontra a Basílica
de Nazaré. Nesta época, o hoje, imponente bairro nobre, de Nazaré, era um lugar
onde os mais afortunados tinhas suas chácaras e sítios de repouso, as estradas
que levavam até o local da hoje Basílica de Nazaré, era difícil e a carroça que
levava a imagem da santa tinha que ser puxada por cordas para ajudar os animais
a atravessarem os atoleiros da estrada, então surgiu a corda, que hoje protege
a santa, e que a meu ver, é uma manifestação de igualdade, fraternidade,
humildade e sacrifício. Milhares de homens e mulheres se amontoam em duas
romarias, uma diurna e outra noturna, em volta de uma corda de sisal de
espessura avantajada que circunda a berlinda, que conduz a imagem de Nossa
Senhora, mãe dos paraenses, padroeira dos povos da floresta, esta é a forma que
o povo homenageia, agradece e pede graças, uma festa linda, magnífica, indescritível,
cheia de emoção. Os povos da floresta chegam de todos os cantos da Amazônia,
com suas roupas coloridas, chapéu na cabeça, sorriso no rosto, que revela a
satisfação de mais uma vez nos encontrarmos em volta de uma mesa, cheia de aves
no tucupi, maniçoba, porcos assados, bebidas. Depois da comilança, rola um
brega, um lundu, um carimbó. No dia seguinte o caboclo faz uma visita a Basílica
participa de uma missa e depois vai ao parque de diversão, que chamamos de
arraial, se divertir com a família, em seguida prepara o retorno para casa, faz
compras e vai apanhar os barcos, insuficientes para a demanda e por isso
superlotados, de banheiros sujos, comida de má qualidade e cara, com pouca ou
nem uma fiscalização do Estado, a mercê da própria sorte, com a proteção da
Virgem da Nazaré, só mesmo um milagre para que tragédias não aconteçam todos os
anos, mas o amazônida não se abala e sempre com o sorriso da chegada, ele se
vai com a mesma fé, que o fará superar as agruras do dia a dia da floresta, e
retornar no próximo ano, apesar de ser um povo sem educação de qualidade, sem
hospitais e médicos, sem proteção das suas áreas de sobrevivência. O que temos
hoje é nossa mãe do céu a zelar por todos nos, por isso o sorriso no rosto e a
vontade de viver com fé e com a esperança de que um dia tudo vai mudar.
VIVA NOSSA SENHORA DE NAZARÉ A MÃE
DOS POVOS DA FLORESTA.
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