Conhecido na Amazônia como uma
madeira boa de queimar o pracaxi foi consumido quase que totalmente na foz do
rio Amazonas, hoje o Ministério da Agricultura começa a coletar dados para a
certificação orgânica do fruto, um avanço sem precedentes para a história deste
espécime. Ó óleo extraído pela minha avô no século passado era consumido nas
feridas, ferrada de cobras, aranhas e arraia, quando passava de um ano para o
outro formava uma manteiga amarela no fundo, minha avô separava e dizia “ esta
manteiga vai para o cabelo das caboclas”. As caboclas em questão eram moçoilas
que a ajudavam a fazer quitutes para as festas da cidade, minha avô era uma
grande cozinheira, além de erveira.
A manteiga de pracaxi era então
disputada, as meninas utilizavam a manteiga no couro cabeludo para prevenir das
caspas e seborreias e fortificar o cabelo, colocava pela manhã uma hora antes
do banho, depois lavava com sabão de coco, xampu era luxo demais naquela época.
Nas pontas o óleo mesmo em cabelos oleosos conseguia maravilhas naqueles
cabelos castigados pelo sol e pela poeira da roça e da beira dos rios, nas
lavagens de roupa semanal.
Hoje a Universidade Federal do
Pará comprova a sua eficácia como emoliente, já existem aplicações nos Estados
Unidos e França para os cabelos. Ele tem uma estrutura graxa que faz com que
antes da escova facilite a passagem da escova e depois uma proteção que fecha
as cutículas retêm umidade sem a presença de frizz, talvez pela minúscula
espessura dos fios de cabelo as moléculas oleosas se comportem como se ainda
estivessem agrupadas “arrumado” os fios em camadas mantendo o penteado por
muito mais tempo. Em tratamentos térmicos o óleo de pracaxi se comporta como um
silicone, preparando os fios e mantendo o tratamento por muita mais tempo, sua
capacidade antioxidante, protege contra o sol, fumaça, poeira, podendo ser
utilizado discretamente diariamente, nutrindo os cabelos, que passam a ter um
brilho especial e movimento natural.
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