Pracaxi, Paracaxi, Pracachi, você já ouviu falar deste fruto?
Algumas grandes empresas já utilizam em alguns dos seus produtos
cosméticos. Citado em
"http://amazonia.org.br/2012/11/lor%C3%A9al-amplia-pesquisa-de-insumos-da-flora-brasileira/".
Conheço este espécime dês da época da minha avó, na minha
infância, no interior da Amazônia. Ela retirava o óleo para aplicar em erisipela,
nome técnico, linfangite estreptocócica, e em feridas provocadas por ferradas
de arrias e bichos peçonhentos, em mulheres gestantes para evitar que "a
pele rasgasse", um verdadeiro milagre. O pracaxizeiro, Pentaclethra filamentosa, já
citado no romance "Terra de Icamiaba", de Abguar Bastos, 1934, onde
sita o espécime da seguinte maneira: "Camaleão só lutava perto do pracaxizeiro .
Porque a casca da arvore, mastigada pelos bichos, é o milagre que enxuga as
feridas, remonta a força, imortaliza a destreza e sopra
no animal a invulnerabilidade barbara, que vence sempre". Este
espécime existia em grande quantidade em toda a foz do rio Amazonas, porem é um
espécime impressionante. Sua madeira não precisa secar para queimar, excelente
para caldeiras, isso fez com que o espécime fosse praticamente extinta da foz
dos rios que compões as baias que se formam na foz do Rio Amazonas e parte da
zona Guajarina, Outro golpe, foi a intensificação do plantio de açaí no inicio
deste século. Criou-se uma lenda de que o pracaxizeiro "tirava a força do
açaí", Euterpe oleraceae, e que deveria ser sacrificado para que
o açaizeiro produzisse rapidamente, porem a experiência mostrou que a pratica
de deixar só açaizeiros na várzea era uma grande bobagem. Com experiências
vitoriosas na associação de espécimes com o açaí algumas associações e e
cooperativas começaram a plantar os espécimes nativos da várzea. A cooperativa
Correntão em Igarapé Miri-PA., com a ajuda da UFPA, construiu um viveiro para
repovoar as áreas de várzea com espécimes nativas que tinham
sido sacrificadas , pratica que aumentou a produtividade dos plantios de açaí.
A consequência da falta de conhecimento sobre o espécime, que levou a
diminuição de espécimes, fez com que hoje só se encontre grandes
quantidades de pracaxizeiros em lugares distantes de difícil acesso.
A utilização em cosméticos e fármacos pode ser
uma alternativa para evitar a extinção deste espécime, alem de gerar renda para
os povos da floresta, e divisas para o Brasil. Penso porem que as grandes indústrias
de cosméticos utilizam o óleo e o extrato do pracaxi de
forma tímida. Hoje já existem trabalhos publicados sobre
o espécime, por algumas universidades, trabalho de caracterização do óleo
que geram publicações internacionais como por exemplo, "Characterization
of Pentaclethra macroloba oil" dos autores Marina Nídia Ferreira dos
Santos Costa, Marcos Antônio Pena Muniz, Charles Alberto Brito Negrão, Carlos Emmerson
Ferreira da Costa, e outros, da Universidade Federal do Pará, porem não conheço
trabalhos que levem a resultados conclusivos, sobre as propriedades
tradicionais deste óleo. Este óleo, hoje aplicado em produtos para cabelos,
como xampus, condicionadores e mascaram capilares, vem fazendo um grande
sucesso, porem é uma atitude de pequenos fabricantes de cosméticos, que vem
ousando e elaborando formulações que são de grande aceitação
pelos usuários. O óleo residual, aplicado em produtos capilares, em
quantidades que vão de 3 a 5%, fazem com que o couro cabeludo seja fortificado,
diminua a queda de cabelos e se tronem brilhosos e cheios de vida. Na forma de
velas de massagem onde são introduzidos 20% deste óleo, os resultados tem sido
animadores. Na forma de óleo virgem, possui atividades, analgésicas,
anti-inflamatórias e cicatrizantes, pode ser aplicado diretamente na pele,
contra estrias, erisipelas, manchas, queimaduras, nada que minha avó não
soubesse, porem precisamos de pesquisas que mostrem o que faz a diferença neste
óleo, que revele para o mundo por que age de forma tão ampla e diferente, para
que possamos criar conceitos de aplicação mais amplos na
industria cosmética e farmacêutica, para gerarmos conhecimento, renda
e consequentemente preservação. A Amazonoil, unica fabricante do óleo virgem em
larga escala, esta fazendo parcerias com fabricantes de cosméticos, para que
levem a ampliação de conceitos e aumentem as vendas do óleo no mercado nacional
e internacional, a Continental Amazonia Cosmetique, www.amazoniacosmetique.com.br lançou uma linha de pracaxi que esta fazendo
um grande sucesso. Luto pela introdução deste óleo no mercado farmacêutico e
cosmético, como forma de valorização do espécime, a mais de 20 anos, sou
apaixonado pelo espécime, precisaremos de muitos anos para entendê-lo como
um todo, porem o lançamento de produtos de alta qualidade elaborados pela
Continental Amazônia Cosmetique é uma vitoria, pela aceitação dos produtos no
mercado que levara a popularização do espécime, a revelia das grandes corporações
que utilizam em quantidades simbólicas, mais como uma forma de marketing,
para utilizar o nome Amazônia, sem trazer grandes vantagens para os povos da
floresta. Parabéns aos pequenos fabricantes, que com ousadia e
perseverança geram esperança para a floresta e para os povos que nela vivem.
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