terça-feira, 5 de julho de 2011

Resposta de Marcelo Brito Agropalma Pará

Prezado Luiz,

Concordo com a maioria das suas colocações, mas a questão esta longe de ser resolvida. Nos dois lados da discussão sobre o novo código florestal existem equívocos graves, suposições absurdas e a defesa de coisas que na realidade apenas interesses pessoais ou de grupos organizados explicam. A ciência foi quase sempre ignorada nesse processo. O erro já e fazer um código para ser nacional num pais continental, com biomas, situações, realidades e necessidades tão diferentes.

Não podemos continuar a atacar a agricultura desta forma, pois 98% de tudo que comemos vem deste setor, então, a criminalizacao não e saída para uma sociedade que ainda não esta preparada para se alimentar sinteticamente. O caminho então e organizar os setores através de discussões serias e produtivas, muitas mesas redondas tem dado mostras que isso e perfeitamente possível. Não existe agricultura sem manutenção de biodiversidade pelo simples fato que assim não teremos água no futuro, mas também, não existe sistematizado um mercado extrativista que realmente traga reais benefícios aos amazônicas, o que existe sao boas ações que esperamos se tornem realidade. O WSJ publicou um relato sobre a parceria da Aveda com os Iauanauas que mostra essa realidade e, exemplos como esse estão em todo lugar. 20 anos atuando na Amazônia me ensinaram que não existe solução única, uma bala de prata, que os caminhos terão que ser trilhados em conjunto pela sociedade. Ainda sou um otimista e prevejo dias melhores a frente. Precisamos acima de tudo lembrar que todos os brasileiros sao iguais e merecem compartilhar o que de melhor nosso pais pode dar. O setor de cosmético pode sim contribuir com soluções praticas pontuais, mas esta longe de representar uma mudança radical na situação amazônica.

Abraços,

Marcello Brito

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